Na busca pelo título inédito da Copa do Brasil, o Atlético-MG conseguiu mais um feito histórico diante de sua torcida, ao conseguir recuperar uma grande vantagem conquistada pelo Flamengo no Rio de Janeiro. Mesmo tendo saído atrás no placar, no Mineirão, o time de Levir Culpi venceu de forma incrível o Rubro-Negro por 4 a 1, na noite desta quarta-feira.
A vitória leva o Galo pela primeira vez à decisão da competição nacional. Repetindo assim, a Classificação épica diante do Corinthians,nas quartas de final.
Com a virada heroica, a equipe mineira encara Cruzieiro ou Santos (jogo ainda em andamento), na próxima quarta-feira. A escolha, porém, do onde será a primeira partida da decisão ocorrerá nesta segunda-feira à tarde, em um sorteio na CBF.
QUE PRIMEIRO TEMPO!
Precisando do resultado, o Atlético partiu para cima do Flamengo, e quase abriu o placar logo nos minutos iniciais, deixando a partida ainda mais eletrizante. Como era de se esperar, o árbitro Anderson Daronco teve bastante trabalho por conta da elétrica disputa por uma vaga na decisão. O duelo, por sua vez, só deu uma esfriada aos 15 minutos, quando as equipes desaceleraram um pouco as investidas.
Visivelmente, jogando com o regulamento, o time de Luxemburgo tentava sair nos contra-ataques, porém, o Galo pressionava e levava muito perigo ao goleiro Paulo Victor. Contudo, aos 34 da primeira etapa, em uma saída rápida, Everton achou a defesa da equipe mineira ainda desguarnecida, invadiu com velocidade na esquerda e chutou firme em diagonal. Victor chegou na bola, mas sem força para desviar a bola. Tento este que parecia deixar o Rubro-Negro mais tranquilo.
Porém, ao som de “Eu acredito”, a equipe mineira não se abateu em ter de fazer quatro gols para buscar a classificação. Tanto que aos 41, Douglas Santos cruzou pela esqueda da intermediária, e Chicão deixou Carlos sozinho. O atacante só escorou para o fundo das redes, animando ainda mais a torcida atleticana.
SEGUINDO A BATIDA
E o segundo tempo também começou quente, à altura do duelo entre as duas equipes. Nos primeiros dois minutos, o Galo teve três chances de ampliar o marcador, mas que não passaram pela defesa rubro-negra. O jogo ficou ainda mais eletrizante aos 11 minutos, quando Eduardo da Silva errou um passe no meio de campo, Luan invadiu em velocidade, tirou dois zagueiros e a bola sobrou para Maicosuel, livre na área, diminuir a diferença para o Galo.
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A pressão ficou ainda mais forte com o tento de Maicosuel, deixando o Rubro-Negro praticamente apenas no campo de defesa. A 20 minutos do fim do jogo, o ataque atleticano era só bombardeio no gol de Paulo Victor, que quando não fazia ótimas defesas, contava com a sorte. Preocupado, Vanderlei Luxemburgo mexeu no meio de campo para tentar cadenciar mais o jogo, mas não surtiu muito efeito com o ímpeto do time de Levir.
E o Mineirão tremeu, aos 36 com mais uma boa subida do Atlético. Marion, de costas para o gol, escora de peito e Dátolo marca mais um para os mineiros. Três minutos depois, em um bate-rebate na área, Luan, um dos melhores em campo, escorou para o fundo do gol aos 39. O tento garantiu uma classificação histórica para o Galo.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 4 X 1 FLAMENGO
Local: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Data-Hora: 5/11/2014 – 22h
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Auxiliares: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Kleber Lucio Gil (SC)
Gols: Everton (34’/1ºT 0-1), Carlos (41’/2ºT 1-1), Maicosuel (11’/2ºT 2-1), Dátolo (36’/2ºT 3-1) e Luan (39’/2ºT)
Cartões amarelos: Wallace, Cáceres, Everton, Elton e Márcio Araújo (Fla); Victor (Atl)
Cartões vermelhos:
Público e renda: 41.352 pagantes – R$ 4. 615.660,00
ATLÉTICO-MG: Victor; Marcos Rocha, Leo Silva, Jemerson e Douglas Santos; Josué (Leandro Donizete, 28’/2ºT), Dátolo, Luan e Maicosuel (Marion, 28’/2ºT); Diego Tardelli e Carlos (Dodô, 35’/2ºT) – Técnico: Levir Culpi
FLAMENGO: Paulo Victor; Leo, Wallace, Chicão e João Paulo; Cáceres, Márcio Araújo, Canteros e Everton (Mattheus, 21’/2ºT); Nixon (Elton, 17’/2ºT) e Eduardo da Silva (Luiz Antonio, 13’/2ºT) – Técnico: Vanderlei Luxemburgo
A resistência do Cruzeiro superou os sonhos do Santos e garantiu uma final incrível para a Copa do Brasil de 2014. Atuando sob forte pressão de 12 mil torcedores na Vila Belmiro, a Raposa estava eliminada até os 35 minutos dosegundo tempo, mas um vacilo de Bruno Uvini e Edu Dracena e o preciosismo de Willian, que havia garantido a vantagem no primeiro jogo, foram decisivas para buscar o empate por 3 a 3.
Agora, os dois principais clubes de Minas Gerais decidirão o maior torneio mata-mata do país. Ainda mais emoção à vista. Na noite desta quarta-feira, o protagonista tinha tudo para ser Rildo, que participou da jogada do primeiro gol (convertido pelo ídolo Robinho), sofreu pênalti do segundo (anotado por Gabriel, agora artilheiro da Copa do Brasil), e ainda marcou o terceiro.
Mas o nome que brilharia na Vila Belmiro era outro: Willian! Autor do gol que definiu a vantagem cruzeirense no primeiro jogo, o atacante se recuperou de uma lesão na costela e entrou em campo praticamente no sacrifício. Estava escrito. Aos 35 da etapa complementar, foi dos pés dele o gol decisivo para um time derrotado, mas resistente. Mas ainda houve tempo para um último lance, aos 49.
O atacante outra vez foi às redes para dar ponto final aos sonhos santistas. Em campo, Santos e Cruzeiro honraram a semifinal da Copa do Brasil com um jogaço na Vila Belmiro. Motivado pela força das arquibancadas, o Peixe aproveitou como poucos a energia de seus torcedores e abriu o placar antes do relógio apontar dois minutos do primeiro tempo. Em tabela rápida com Arouca, Rildo arrancou pela esquerda e cruzou no meio da área.
A bola achou Gabriel, que ajeitou com carinho para a chegada de Robinho. O enredo parecia perfeito e até Egídio colaborou com um desvio para enganar Fábio. Sonhar era possível. Enderson Moreira, que havia testado diversas alterações táticas durante a semana, mas decidiu mandar o time-base a campo, manteve Robinho mais centralizado, como centroavante.
Rildo e Gabriel enganavam a marcação com muita movimentação. Mas se Enderson não quis mudar o time, Marcelo Oliveira mudou, com Ceará entrando desde o começo e Mayke no banco. Foi do experiente lateral-direito uma finta sensacional para cima da marcação de Mena. No meio da área, Aranha espalmou e Marcelo Moreno concluiu. Mesmo sem Dedé, que saiu machucado no lance do gol do Peixe, o Cruzeiro já empatou com nove minutos de jogo.
Resistir também era possível. Depois desse começo eletrizante, o jogo diminuiu seu ritmo nos minutos seguintes. O Cruzeiro tinha facilidade para trocar passes no meio de campo e o Santos segurava tentando achar um contra-ataque para matar o jogo. Debaixo de uma chuva sem trégua, a melhor chance foi de Rildo, após assistência de Robinho.
O problema é que o camisa 31 chutou bem torto e perdeu a ótima chance. No último respiro, aos 45, pênalti a favor do Santos. Mais do que nunca, sonhar era possível. Após cruzamento de Gabriel na área, Fábio saiu para fazer a defesa, mas largou a bola no meio do caminho. Rildo apareceu para concluir, mas sofreu carga de Léo no ombro, em lance de pênalti discutível e que gerou reclamações.
No cantinho esquerdo de Fábio, Gabigol se tornou artilheiro da Copa do Brasil e mostrou que o Santos estava vivo. O sonho que se aproximava mais da realidade. O segundo tempo começou com a Raposa jogando sem seu natural ímpeto ofensivo e preciosismo na troca de passes no meio. Faltava ao time de Marcelo Oliveira ser mais incisivo. Foi como se o resultado já estivesse garantido e só bastasse o tempo passar. Mas o relógio jogou a favor do Peixe nesta quarta-feira.
O terceiro gol foi arte pura. De Robinho para Lucas Lima, de Lucas Lima para Gabriel, de Gabriel para Rildo. E a então impenetrável defesa do Cruzeiro dava espaço para o gol que faltava. Sonhar nunca foi tão bom. Robinho sentiu lesão e saiu. Jorge Eduardo, o garoto que deve ter passado a semana inteira sonhando com esse jogo, teve sua chance de entrar.
E os sonhos do Santos foram se tornando cada vez mais reais diante da pressão incessante da torcida e da pressa sem fim dos cruzeirenses. Para sonhos, parecia não haver resistência que se criasse. Mas do outro lado era o Cruzeiro. E quem não resistiu foi a defesa do Peixe. Aos 35 do segundo tempo, Fábio deu um chutão desde a sua área e Bruno Uvini tentou antecipar. Ali, o Santos foi eliminado. A bola sobrou limpa para Willian, que não sofreu com a marcação frouxa de Edu Dracena e bateu no canto de Aranha. A pressa foi para o outro lado, mas já não havia tempo.No desespero, espaço para Willian, o predestinado, marcar mais um. A resistência falou mais alto que os sonhos.
FICHA TÉCNICA:
SANTOS 3 x 3 CRUZEIRO
Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Data/Hora: 5 de novembro de 2014, às 22h
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA) Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Cleriston Clay Barreto Rios (SE)
Público/renda: 11.952/ R$ 444.760,00
Cartões amarelos: Rildo e Lucas Lima (SAN); Egídio, Wilian, Fábio e Lucas Silva (CRU) Gols: Robinho (1’/1°T), Marcelo Moreno (7’/1°T), Gabriel (47’/1°T), Rildo (13’/2°T), Willian (35’/2°T), Willian (49’/2ºT).
SANTOS: Aranha, Cicinho, Edu Dracena, Bruno Uvini e Mena (Caju, intervalo); Alison (Renato, aos 35’/2ºT), Arouca e Lucas Lima; Rildo, Robinho (Jorge Eduardo, aos 15’/2ºT) e Gabriel. Técnico: Enderson Moreira.
CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Dedé (Bruno Rodrigo, aos 4’/1ºT), Léo e Egídio (Samudio, intervalo); Henrique, Lucas Silva (Júlio Baptista, aos 18’/1ºT) Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian e Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira.