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STJD DECIDE PELA EXCLUSÃO DO GRÊMIO NA COPA DO BRASIL DEPOIS DE OFENSAS RACIAIS

patricia_moreira

 

 

 

 

 

Os atos de injúria racial sofridos pelo goleiro Aranha, do Santos, decretaram a eliminação do Grêmio da Copa do Brasil. Essa foi a decisão da 3ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em julgamento de mais de três horas e meia, realizado na tarde desta quarta-feira, no Rio. Como cabe recurso, o caso ainda terá uma decisão final no Pleno do tribunal (última instância), provavelmente em até duas semanas.

No julgamento desta quarta-feira, o clube gaúcho ainda foi multado em R$ 50 mil, enquanto os torcedores gremistas que foram identificados com autores das ofensas raciais estão proibidos de frequentar estádios por 720 dias. O caso aconteceu na última quinta, quando o Santos venceu por 2 a 0, na Arena Grêmio, em Porto Alegre, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, e Aranha foi vítima de insultos quando estava em campo.

“O preconceito é uma erva daninha que tem se espalhada pelo Brasil e tem que ser eliminada”, afirmou o relator do processo, Francisco Pessanha Filho, ao abrir os votos pedindo a exclusão do Grêmio da Copa do Brasil. Ele disse ainda que “não é este tribunal que está manchando a história do clube e, sim, aqueles torcedores”.

Também julgado, o árbitro do jogo, Wilton Pereira Sampaio, foi suspenso por 45 dias e multado em R$ 800. Os auxiliares Kleber Lúcio Gil e Carlos Berkenbrock, por sua vez, receberam pena de 30 dias de suspensão e R$ 500 de multa.

Com a punição aplicada ao Grêmio pelo STJD, o Santos garante vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. O jogo de volta entre os dois times pelas oitavas de final seria realizado na noite desta quarta-feira, na Vila Belmiro, mas foi adiado, diante do julgamento do caso de racismo. Agora, não precisará mais acontecer.

 

Testemunhos

 

Entre as provas em vídeo apresentadas, a procuradoria do STJD exibiu imagens e reportagens de programas de TV que mostravam os insultos ao goleiro Aranha. Um vídeo da torcida “Geral do Grêmio” chamando a torcida do rival Inter de “macacada” no jogo de domingo, contra o Bahia, também foi mostrado. Já a defesa apresentou imagens de campanhas contra o racismo promovidas pelo clube gaúcho ainda no ano passado, bem como reportagens mostrando as medidas tomadas para identificar os atos da quinta-feira passada.

“A decisão desta tarde tem uma importância histórica para o Grêmio como instituição”, afirmou o presidente do clube gaúcho, Fábio Koff, o primeiro a testemunhar para os auditores. “Atinge a história do clube, que desfila com uma estrela em sua bandeira do primeiro atleta do Grêmio campeão mundial”, continuou, em referência a Everaldo, campeão com a seleção em 1970 e que era negro. “A pena aqui aplicada, se ocorrer, deve ter um sentido pedagógico. Ela não pode ultrapassar o limite do razoável”, pediu.