Não vale o argumento de que Lincoln é ainda um menino e talvez sinta o peso da responsabilidade caso vire titular do Grêmio.
Sua infância se encerrou aos nove anos, quando perdeu o pai e, como ele mesmo diz, precisou virar o homem da casa. Com a ajuda de custo que recebia de seu empresário — sim, já contava com agente nessa altura da vida —, ajudava a botar comida na mesa da família.
Alguém que tenha passado tão cedo por uma experiência dessa relevância há muito tempo deixou de ser menino e está preparado para enfrentar qualquer desafio da vida.
A maturidade com que encara a paternidade é outro exemplo. Lincoln se expressa como um adulto e vê no filho que irá nascer neste ano um estímulo para seguir crescendo. Outro guri de sua idade talvez se apavorasse com a ideia de assumir compromisso desse tamanho.
A frieza demonstrada no final do jogo em Buenos Aires, ao marcar o gol de empate contra o San Lorenzo, mostrou que ali está um homem feito, apesar dos 17 anos.
Roger Machado tem o direito de utilizar qualquer argumento para não escalar Lincoln. Menos o de que ele sentirá a cobrança. Nos próximos 25 dias, a tarefa do treinador será buscar uma fórmula que lhe permita encontrar um lugar no time para o guri nascido e criado na Lomba do Pinheiro. O Grêmio não pode abrir mão de um talento como o dele.