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Até Vettel se assustou com velocidade da Mercedes nos treinos do Bahrein

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As duas sessões de treinos livres do GP de Bahrein, nesta sexta-feira no Circuito de Sakhir, tiveram sentido especial para a F1. Foi a primeira vez que pilotos e equipes puderam, em condição de competição, permanecer três horas na pista e realizar o programa preestabelecido de testes. 

Na Austrália, abertura do Mundial, há duas semanas, choveu o dia todo na sexta-feira. Os carros foram para a classificação e a corrida quase sem preparo algum. E quando as coisas ficam mais ou menos normais, a F1 sabe o que acontece: a Mercedes se impõe de maneira a assustar a concorrência, como nesta sexta-feira.

O que vai contar mesmo é a definição do grid, amanhã, a ser disputada a partir das 12 horas, horário de Brasília, 18 horas em Bahrein, quando começa a escurecer e a temperatura no deserto cai. Mas se já havia um consenso de que a Mercedes não teria adversários na classificação, depois das duas sessões livres de hoje, diante da vantagem imposta por Nico Rosberrg e Hamilton nas duas sessões livres, a conta a ser feita é quanto à frente vai estar.

 

Ao longo das 57 voltas da corrida, domingo, pode ser um pouco diferente em razão da importância da largada, como ficou claro na Austrália, e da estratégia diferente de cada piloto, proporcionada pela nova regra dos pneus. Cada um pode escolher os jogos que desejar dentre os três tipos disponibilizados pela Pirelli. No caso do GP de Bahrein, os médios, os macios e os supermacios.

Rosberg, eficiente como não havia sido em Melbourne, foi o mais veloz nas duas sessões. Na primeira, 505 milésimos melhor que Hamilton. Na segunda, mais representativa, 241 milésimos. Pode ser um bom indício para o restante do fim de semana. Hamilton disse que o acerto do carro não está totalmente como gosta. “Eu também tenho de rever alguma coisa na forma de guiar aqui.”

O problema para Ferrari, STR, Williams e  RBR é que Rosberg e Hamilton se mostraram muito mais rápidos que seus pilotos.

Vettel, da Ferrari, errou na curva 12 e na 14 na sua volta lançada com os pneus supermacios, por isso seu tempo, sexto do treino, 1 segundo e 649 milésimos pior que o de Rosberg, não representa a força da Ferrari. E seu companheiro,Kimi Raikkonen quinto, a 1 segundo e 451 milésimos do alemão da Mercedes, relatou ter enfrentado tráfego na sua volta com o supermacio.

Mas mesmo que Vettel não tivesse errado e Raikkonen respondesse com o máximo do modelo SF16-H da Ferrari ficou claro que em uma volta lançada a Mercedes W07 Hybrid está muito mais rápida que todos. Vettel falou sobre o que viu na pista: “Achava que estaríamos mais perto aqui, mas depois do que a Mercedes fez hoje…”

O alemão comentou que apesar da vantagem de Rosberg e Hamilton a diferença entre ambos não é a verificada. “Eu tive problemas. Podemos melhorar. Temos muito trabalho pela frente.” Lembrou, depois, que com os pneus macios ficou a 4 décimos de Rosberg, com os mesmos pneus, e esse resultado é, segundo comentou, mais representativo da diferença entre as duas escuderias.

O terceiro tempo de Jenson Button, da McLaren, a 1 segundo e 280 milésimos de Rosberg, não pode ser visto como uma ameaça a Ferrari ou mesmo RBR, STR e Williams, muito menos a Mercedes. Amanhã é provável que Button e o bom estreante Stoffel Vandoorne, substituto de Fernando Alonso, tenham de lutar muito para atingir o Q1, onde de acordo com o novo sistema de classificação apenas os 8 mais rápidos no Q2 chegam.

Mas é verdade, também, que a McLaren  tem, no GP de Bahrein, este ano, ao que tudo indica, a melhor possibilidade de um bom resultado desde a sua nova parceria com a Honda, iniciada em 2015, apesar da ausência de Alonso, ainda convalescente do grave acidente sofrido no Circuito Albert Park. “Hoje foi nosso melhor dia em dois anos”, afirmou Button.

Vandoorne era um homem em festa. “Minha situação não era a ideal, recém-chegado de longa viagem, sem ter testado o carro, conhecer os pneus supermacios. Por causa disso tudo e do resultado estou muito feliz, hoje é um dia especial para mim.” O belga de 24 anos, recordista de vitórias na GP2, deu mais detalhes da sua proeza: “A equipe me ligou para avisar que iria correr e os engenheiros me enviaram os arquivos dos sistemas que teria de estudar antes de pilotar. Foi muito útil. Durante o voo aprendi muita coisa. Na sessão da tarde eu me sentia mais à vontade. Acredito que amanhã poderá ser bem melhor”.

Vandoorne ficou a 781 milésimos de Button, na sua 17.ª temporada na F1 e campeão do mundo de 2009, com a Brawn GP. E ainda se saiu com essa: “Eu errei na primeira parte da pista, a mais fácil, na primeira volta do supermacio. A diferença para Jenson seria de dois décimos numa volta normal”.

O exercício mais importante nesta sexta-feira nos 5.412 metros do traçado barenita foi poder simular a corrida com os pneus supermacios, a serem usados no início da prova, ao menos para os oito primeiros, e os macios, os dois tipos que mais deverão ser usados ao longo das 57 voltas da competição, domingo. Em Melbourne não foi possível por causa da chuva.

Isso fez com que na corrida os times fossem literalmente sem saber, ao certo, o que aconteceria com os pneus e o comportamento do carro. O que não será o caso do GP de Bahrein. Todos simularam a corrida, nesta sexta-feira, com o supermacio e o macio. E Rosberg e Hamilton não foram expressivamente mais velozes que Vettel e Raikkonen, e todos os demais, como em uma volta lançada. Foi o resultado desse experimento que animou um pouco Vettel.

Felipe massa, a exemplo do alemão da Ferrari, errou na melhor volta do supermacio e ficou apenas com o décimo tempo. Mas seu companheiro de Williams, o finlandês Valtteri Bottas, não errou e foi somente um décimo melhor, oitavo. “O novo bico e aerofólio dianteiro vão chegar hoje à noite e amanhã estarão no carro. Espero evoluir, apesar de que teremos uma hora, somente, para entender o carro com o novo pacote aerodinâmico”, falou Massa. Em seguida já vai para a classificação.

Como está, será difícil para a Williams até lutar com a RBR e a STR. Nesta sexta-feira de novo Max Verstappen deixou excelente impressão do STR11-Ferrari ao fazer o quarto tempo. O holandês espera que desta vez o potencial da STR apareça daqui para a frente. “E não seja como em Melbourne quando poderíamos ter obtido resultado muito melhor, tínhamos carro para isso.”

Felipe Nasr, da Sauber, não se preocupou em nenhum momento em estabelecer os melhores tempos, haja vista que tanto ele quanto o companheiro, o sueco Marcus Ericsson, não usaram os pneus supermacios, mais de um segundo mais rápidos que os macios. “Tínhamos de aproveitar a pista seca para acumular o máximo de quilometragem, o que não foi possível na Austrália. Ainda não conhecemos o nosso carro. Ainda está muito desequilibrado.”