Demorou uma semana, mas o Inter conseguiu o desejado treinador “sanguíneo”. Com temperamento intempestivo que já era notável desde quando era jogador, Argel Fucks foi contratado pela diretoria para sacudir o delicado vestiário da equipe. Entre os inúmeros episódios em que protagonizou instantes de fúria, teve um marcante com D’Alessandro, a quem já chamou de “juvenil”. A partir de então, o capitão colorado será um dos atletas comandados pelo técnico nessa nova era que se inicia.
O episódio ocorreu há cinco anos. D’Alessandro já vestia a camisa 10 colorada, enquanto Argel era o técnico do São José. A partida, válida pelo Gauchão, teve rara vitória do Zequinha por 3 a 0 no Passo D’Areia. Ainda no primeiro tempo, D’Ale teve discussão nariz a nariz com o então rival. Ao deixar o campo, expulso, o treinador ironizou o temperamento do meia. E chamou D’Ale de “juvenil” (confira vídeo acima).
– O D’Alessandro está nervoso. O time dele não está ganhando. Ele tomou uma caneta no segundo gol. E, para mim, ele é juvenil. Ele não jogou nos times em que eu joguei.
A rusga parece mesmo ter ficado para trás. Ainda em Florianópolis, em sua coletiva de despedida do Figueirense, foi questionado sobre o episódio. Ao citar o histórico de D’Ale pelo Inter, garantiu não guardar ressentimento:
– Faz parte. No futebol você discute, briga. Cada um briga pelo seu lado. Conheço muito o D’Alessandro. É o capitão da equipe, um jogador muito identificado, com mais tempo de casa, com personalidade.
> Abaixo, GloboEsporte.com relembra outros episódios:
EXPULSO POR ABEL EM TREINO
O estilo peculiar de Argel o acompanha desde os tempos de jogador. Explosivo, acabou expulso de um treino pelo então técnico Abel Braga ainda em 1995, quando gozava do status de ter sido convocado para a Seleção (confira vídeo abaixo):
– Só reclamei de uma falta que houve. Ele (Abel) me mandou sair do treino. Tudo bem, vou fazer o quê? Ele quem manda, acontece.
Argel seria negociado com o Tokyo Verdy, do Japão, naquele ano. Ainda passou por clubes como Santos, Porto, Palmeiras, Benfica e Cruzeiro. Em 2007, começou a trajetória como treinador.
“CIÚME DE HOMEM”
Em outubro de 2013, Argel se desligaria do Criciúma com uma polêmica entrevista coletiva. Justificou sua demissão do clube catarinense por divergências na época com o diretor de futebol Cláudio Gomes.
– A cobrança, daqui para frente, tem que cair em cima do Cláudio Gomes. Foi uma decisão exclusiva dele. A gente respeita, mas não concorda. Quando aparece um treinador mais que o diretor de futebol, acontece isso. Meu pai sempre dizia, que ciúme de homem é pior que ciúme de mulher – disse Argel Fucks, em tom irônico.
Cláudio Gomes evitou rebater o discurso e, sem levar para o lado pessoal, agradeceu ao técnico por ter conseguido cumprir com o objetivo de manter a equipe na Série A do Brasileirão.
IRRITAÇÕES COM ARBITRAGEM
No ano passado, Argel, já pelo Figueirense, viu o seu time perder por 2 a 1 para o Colorado de virada no Orlando Scarpelli. A partida, válida pela última rodada do Brasileirão, foi marcada por confusões – foram quatro expulsões. Rafael Moura, por exemplo, ainda escoltou o trio de arbitragem ao final da partida.
– Temos o menor orçamento. Aí ele dá quatro minutos de acréscimos e mais uma vez a gente toma o gol, pois o rival tem qualidade. O pequeno é sempre prejudicado – disparou ao final da partida.
Diante do Grêmio, episódio semelhante. O treinador viu o Figueirense levar 1 a 0 do Tricolor gaúcho na Arena, graças a um pênalti duvidoso por bola na mão do zagueiro Nirley. Ao cruzar a zona mista do estádio, não ficou em silêncio.
– A arbitragem hoje foi tendenciosa, sabemos que foi assim. O pênalti é vergonhoso. Vocês da imprensa podem falar mais – reclamou.
SOCO DE EDUARDO COSTA
Após eliminar o Avaí da Copa do Brasil, em maio deste ano, uma briga ocorreu no gramado do Orlando Scarpelli. Argel provocou os jogadores do rival. No meio da confusão, foi agredido por Eduardo Costa (confira o vídeo abaixo).
O volante acabou na delegacia para registrar um boletim de ocorrência contra o técnico, que já havia feito um documento relatando a agressão no gramado. Eduardo Costa alegou ter sido chamado de “macaco nojento” pelo técnico.